quarta-feira, 11 de maio de 2016

 
 FILOSOFIA DA CIÊNCIA

CONHECIMENTO, EPISTEMOLOGIA E A EDUCAÇÃO


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Desde o surgimento humano o indivíduo estabelece relação com ele mesmo e com a natureza, relações que se dão por meio simbólico, cultural, histórico, linguístico e outros. Dois aspectos regem a vida do homem:  a Racionalidade que o distingue dos outros animais, permitindo-o pensar, argumentar, criticar, questionar, interpretar e a Historicidade dando capacidade de compreensão de si mesmo e do mundo, fazendo com que ele perceba a necessidade de conviver com tudo que o envolve, somando valores, crenças, regras. Todo esse entendimento se dá através do conhecimento que nada mais é que a compreensão do mundo por meio de significados. No entanto, podemos afirmar que saber e conhecer possuem o mesmo significado? O conceito de saber remete a essência dos fatos, existe por exemplo dois casos que caracterizam o saber, quando falamos: “João sabe que amanhã não haverá aula”, são expressões cotidianas que podem ou não ser verdadeiros. Há também um outro sentido de saber quando dizemos “Eu sei que amanhã não tem aula”, existe uma ação, portanto o saber se refere a inserção do homem ao mundo, as ações e as práticas. Bem como, o conhecer sempre exige um complemento que dará sentido ao ato de conhecer, por exemplo: “ Conheço este vestido” o conhecer está ligado a algo que tivemos contato, algo concreto. Importante destacar que existem várias formas de conhecimento dentre eles estão o senso comum, científico e filosófico, cada um com suas especificidades e grandes contribuições para o processo de construção do indivíduo, portanto se faz necessário a valorização e respeito a cada uma delas. Quando discutimos conhecimento é importante falar sobre Epistemologia que se define como, estudo do conhecimento que o torna verdadeiro. Contemporaneamente pode ser dividida em: Epistemologia lógica caracterizada pelo positivismo e empirismo; Epistemologia genética que inspirada em Jean Piaget estuda o estruturalismo genético e o construtivismo; Epistemologia histórico crítica que analisa a história da ciência e Epistemologia crítica refletindo sobre o alcance e significado da ciência dentro da sociedade e cultura.  E é a partir da epistemologia crítica, que alguns questionamentos sobre avanços científicos e do progresso da sociedade começam a surgir. Chegando à conclusão que a ciência não se constitui como verdade e que só há sentido quando pensada em seu contexto, pois está cada vez mais integrada num processo social, industrial e político, (Japiassu 1992, p. 138). O cientista não pode condicionar a vida das pessoas, ele faz parte da sociedade e cabe a ele contribuir com um todo. Em decorrência disto o modelo moderno entra em crise a partir de quando percebemos o valor dos outros povos a ciência passa estar vinculada no contexto social. Mesmo porque  as grandes pesquisas são financiadas pois atendem aos grandes interesses financeiros, econômicos e políticos.  Deve-se considerar que para obter avanço epistemológico    do conhecimento é preciso avançar também nas lutas sociais, diminuindo a desigualdade causada pelo capitalismo que gerou o  etnocentrismo.   
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O processo de construção do conhecimento tem um papel de extrema importância para a educação e podemos dizer que a partir de diálogos em nosso dia a dia estamos produzindo conhecimentos científicos. Assim sendo, a epistemologia pode ser avaliada como um constante processo de diálogo sobre um conhecimento que é passível de trocas de diálogos e de questionamentos, sendo um espaço de discussões. A epistemologia na contemporaneidade pretende superar a dualidade racionalidade e historicidade. Segundo Putman, a racionalidade cientifica é provida de valores, uma vez que nosso conhecimento do mundo pressupõe alguns valores, não sendo neutros, e com isso a epistemologia volta-se para a subjetividade humana. O autor Ramos, faz uma critica ao processo do conhecimento fragmentado e desconexo produzidos no ambiente escolar, e entende que este processo deveria estar pautado no conhecimento do aluno e do seu meio, pois o conhecimento é construído ao longo de uma história a partir das problematizações, não podendo ocorrer de forma mecânica. Ainda segundo o referido autor, é necessário um processo diário de questionamentos dos nossos próprios saberes e não ficarmos estagnados em uma prática viciosa e com ausências de reflexões. A historiografia da epistemologia traz duas tendências, sendo estas “Analíticas” e “Histórica”. A Analítica é pautada através de métodos de explicações adquiridas pela experiência, das quais concluem evidências e verdades comprovadas pela lógica, sendo a única forma de compreensão do conhecimento. Contudo, percebeu-se que o conhecimento não poderia se basear apenas na verificabilidade, e a partir da década de 50 novas discussões filosóficas surgem com intuito de pensar elementos mais históricos da epistemologia e passa a valorizar o ser humano como pessoa provida de conhecimentos racionais e de percepções diante de algo observado. Ao contrário da Analítica, a tendência Histórica surge com a possibilidade de existência de vários métodos que possibilitam a investigação científica. Sendo assim, a filosofia positivista foi levada a repensar os seus conceitos e a metafísica é trazida as discussões com a visão de mundo e da realidade possibilitando ao pesquisador na realização de sua investigação. É sabido que essas práticas manifestam nas diferentes formas pedagógicas. A analítica visualiza o aluno como um indivíduo sem conhecimento e no ambiente escolar o professor é o detentor do saber. Já a histórica trouxe mudanças nas questões educacionais, pois possui propostas diferenciadas pautadas em pesquisas e reflexões concernentes a valorização da realidade do aluno, promovendo de forma lúdica e interativa a construção do conhecimento. A partir dessas mudanças ocasionaram várias transformações nas práticas de ensino e concepção sobre o processo de educação. Percebe-se que atualmente a relação entre professor/aluno teve uma significativa mudança, transformando de uma relação vertical para horizontal, tendo o professor uma postura de orientador e incentivador do aprendizado e reflexão, e o aluno compartilha com este a sua vivência, não se restringindo a um mero recebedor de informações, mas um participante ativo de seu processo de construção. A educação é um processo gradativo, transformador e dinâmico, sendo realizada em outros lugares, além da escola. O educador não deve limitar-se ao conteúdo das disciplinas, mas incentivar o educando a refletir como sujeitos históricos em constante construção e reconstrução, entendendo que o ensinar é uma troca de saberes entre os indivíduos, buscando nos alunos o senso crítico e a criatividade, bem como a compreensão do meio no qual estão inseridos, pois o conhecimento, só se adquire significado, se vinculados à realidade existencial dos alunos.



Um meg@ abraço!
Sirlene Ribeiro de Oliveira, Jacquesmara da Victória, Márcia Soares, Wallace Godinho.
Referencias Bibliograficas
Baseado no fascículo  disponibilizado pelo professor- curso de licenciatura em Biologia da Ufes