FILOSOFIA DA CIÊNCIA
CONHECIMENTO,
EPISTEMOLOGIA E A EDUCAÇÃO
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Desde o surgimento humano o indivíduo
estabelece relação com ele mesmo e com a natureza, relações que se dão por meio
simbólico, cultural, histórico, linguístico e outros. Dois aspectos regem a
vida do homem: a Racionalidade que o
distingue dos outros animais, permitindo-o pensar, argumentar, criticar,
questionar, interpretar e a Historicidade dando capacidade de compreensão de si
mesmo e do mundo, fazendo com que ele perceba a necessidade de conviver com
tudo que o envolve, somando valores, crenças, regras. Todo esse entendimento se
dá através do conhecimento que nada mais é que a compreensão do mundo por meio
de significados. No entanto, podemos afirmar que saber e conhecer possuem o
mesmo significado? O conceito de saber remete a essência dos fatos, existe por
exemplo dois casos que caracterizam o saber, quando falamos: “João sabe que amanhã
não haverá aula”, são expressões cotidianas que podem ou não ser verdadeiros.
Há também um outro sentido de saber quando dizemos “Eu sei que amanhã não tem
aula”, existe uma ação, portanto o saber se refere a inserção do homem ao
mundo, as ações e as práticas. Bem como, o conhecer sempre exige um complemento
que dará sentido ao ato de conhecer, por exemplo: “ Conheço este vestido” o
conhecer está ligado a algo que tivemos contato, algo concreto. Importante
destacar que existem várias formas de conhecimento dentre eles estão o senso comum,
científico e filosófico, cada um com suas especificidades e grandes
contribuições para o processo de construção do indivíduo, portanto se faz
necessário a valorização e respeito a cada uma delas. Quando discutimos
conhecimento é importante falar sobre Epistemologia que se define como, estudo
do conhecimento que o torna verdadeiro. Contemporaneamente pode ser dividida
em: Epistemologia lógica caracterizada pelo positivismo e empirismo;
Epistemologia genética que inspirada em Jean Piaget estuda o estruturalismo
genético e o construtivismo; Epistemologia histórico crítica que analisa a
história da ciência e Epistemologia crítica refletindo sobre o alcance e
significado da ciência dentro da sociedade e cultura. E é a partir da epistemologia crítica, que alguns
questionamentos sobre avanços científicos e do progresso da sociedade começam a
surgir. Chegando à conclusão que a ciência não se constitui como verdade e que
só há sentido quando pensada em seu contexto, pois está cada vez mais integrada
num processo social, industrial e político, (Japiassu 1992, p. 138). O
cientista não pode condicionar a vida das pessoas, ele faz parte da sociedade e
cabe a ele contribuir com um todo. Em decorrência disto o modelo moderno entra
em crise a partir de quando percebemos o valor dos outros povos a ciência passa
estar vinculada no contexto social. Mesmo porque as grandes pesquisas são financiadas pois atendem aos grandes interesses financeiros, econômicos e políticos. Deve-se considerar que para obter avanço epistemológico do conhecimento é preciso avançar também nas lutas sociais, diminuindo a desigualdade causada pelo capitalismo que gerou o etnocentrismo.
O processo de construção do conhecimento
tem um papel de extrema importância para a educação e podemos dizer que a
partir de diálogos em nosso dia a dia estamos produzindo conhecimentos
científicos. Assim sendo, a epistemologia pode ser avaliada como um constante
processo de diálogo sobre um conhecimento que é passível de trocas de diálogos
e de questionamentos, sendo um espaço de discussões. A epistemologia na
contemporaneidade pretende superar a dualidade racionalidade e historicidade.
Segundo Putman, a racionalidade cientifica é provida de valores, uma vez que
nosso conhecimento do mundo pressupõe alguns valores, não sendo neutros, e com
isso a epistemologia volta-se para a subjetividade humana. O autor Ramos, faz
uma critica ao processo do conhecimento fragmentado e desconexo produzidos no
ambiente escolar, e entende que este processo deveria estar pautado no
conhecimento do aluno e do seu meio, pois o conhecimento é construído ao longo
de uma história a partir das problematizações, não podendo ocorrer de forma
mecânica. Ainda segundo o referido autor, é necessário um processo diário de
questionamentos dos nossos próprios saberes e não ficarmos estagnados em uma
prática viciosa e com ausências de reflexões. A historiografia da epistemologia
traz duas tendências, sendo estas “Analíticas” e “Histórica”. A Analítica é
pautada através de métodos de explicações adquiridas pela experiência, das
quais concluem evidências e verdades comprovadas pela lógica, sendo a única
forma de compreensão do conhecimento. Contudo, percebeu-se que o conhecimento
não poderia se basear apenas na verificabilidade, e a partir da década de 50
novas discussões filosóficas surgem com intuito de pensar elementos mais
históricos da epistemologia e passa a valorizar o ser humano como pessoa
provida de conhecimentos racionais e de percepções diante de algo observado. Ao
contrário da Analítica, a tendência Histórica surge com a possibilidade de
existência de vários métodos que possibilitam a investigação científica. Sendo
assim, a filosofia positivista foi levada a repensar os seus conceitos e a
metafísica é trazida as discussões com a visão de mundo e da realidade
possibilitando ao pesquisador na realização de sua investigação. É sabido que
essas práticas manifestam nas diferentes formas pedagógicas. A analítica
visualiza o aluno como um indivíduo sem conhecimento e no ambiente escolar o
professor é o detentor do saber. Já a histórica trouxe mudanças nas questões educacionais,
pois possui propostas diferenciadas pautadas em pesquisas e reflexões
concernentes a valorização da realidade do aluno, promovendo de forma lúdica e
interativa a construção do conhecimento. A partir dessas mudanças ocasionaram
várias transformações nas práticas de ensino e concepção sobre o processo de
educação. Percebe-se que atualmente a relação entre professor/aluno teve uma
significativa mudança, transformando de uma relação vertical para horizontal,
tendo o professor uma postura de orientador e incentivador do aprendizado e
reflexão, e o aluno compartilha com este a sua vivência, não se restringindo a
um mero recebedor de informações, mas um participante ativo de seu processo de
construção. A educação é um processo gradativo, transformador e dinâmico, sendo
realizada em outros lugares, além da escola. O educador não deve limitar-se ao
conteúdo das disciplinas, mas incentivar o educando a refletir como sujeitos
históricos em constante construção e reconstrução, entendendo que o ensinar é
uma troca de saberes entre os indivíduos, buscando nos alunos o senso crítico e
a criatividade, bem como a compreensão do meio no qual estão inseridos, pois o conhecimento, só se adquire significado, se vinculados à
realidade existencial dos alunos.
Um meg@ abraço!
Sirlene Ribeiro de Oliveira, Jacquesmara da Victória, Márcia Soares, Wallace Godinho.
Referencias Bibliograficas
Baseado no fascículo disponibilizado pelo professor- curso de licenciatura em Biologia da Ufes
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